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Entrevista SBTpedia: Carlos Nascimento, âncora do Jornal do SBT

segunda-feira, 18 de março de 2013

O entrevistado do SBTpedia neste domingo é um convidado muito especial. Trata-se de Carlos Nascimento, um dos principais jornalistas do País e atual âncora do Jornal do SBT - Noite, ao lado de Karyn Bravo. Nascimento chegou ao SBT em janeiro de 2006, após uma negociação relâmpago e surpreendente, culminando na sua saída da TV Bandeirantes. No SBT, já ancorou diversos telejornais, além do Jornal do SBT, como o SBT Brasil, SBT São Paulo, SBT Manchetes, fez reportagens especiais, entrevistou presidenciáveis e personalidades importantes e mais recentemente apresentou o programa "O Maior Brasileiro de Todos os Tempos". Em nossa entrevista, Nascimento fala um pouco sobre a sua trajetória nesses 7 anos de SBT e também sua visão sobre o jornalismo atual, dentro e fora da emissora. Confira na íntegra:

SBTpedia: Sem dúvida, você é uma das maiores referências para os estudantes aspirantes do mundo jornalístico, principalmente no veículo televisivo. Em que momento da sua vida você percebeu que tinha talento para ser um grande jornalista? E o que tem a dizer para os jovens que estão iniciando na carreira?
Carlos Nascimento: Eu nunca percebi que tinha talento! O que percebi é que tinha - como tenho - de trabalhar muito e suar a camisa para fazer produtos de qualidade. Este continua sendo o segredo para todos que querem atuar nesta profissão : Jornalismo é trabalho, muito trabalho.

SBTpedia: Você já trabalhou em diversas emissoras da TV aberta e em fevereiro de 2006, após ter ganhado o prêmio Comunique-se em 2005 de melhor apresentador da TV, foi contratado pelo SBT. O que determinou sua ida para emissora de Silvio Santos?
Carlos Nascimento: A possibilidade de fazer Jornalismo de qualidade numa emissora respeitada, querida e admirada pelos brasileiros. Eu imaginava que um dia trabalharia no SBT e esse dia chegou.

SBTpedia: No ano de 2008, você teve uma experiência bastante inovadora ao ancorar o SBT Brasil diretamente de Washington, para cobertura das eleições americanas, quando na oportunidade foi eleito Barack Obama. Você acredita que essa “descentralização” da bancada é necessária no jornalismo atual?
Carlos Nascimento: O melhor telejornalista é aquele que fez, faz ou fará reportagens. Mesmo sendo editor e apresentador de telejornais, sempre que posso, procuro sair para alguma reportagem, para coberturas importantes. Foi assim no Obama, várias vezes em Brasília, no Rio, em Santa Maria, no Rio Grande do Sul e nas Ilhas Malvinas.

SBTpedia: Já em 2010, você teve a oportunidade de ancorar o primeiro debate regional para Presidente da República da história da TV Brasileira, diretamente dos estúdios da TV Jornal, afiliada do SBT em Pernambuco. O que você pensa dessa regionalização da notícia? Isso atrai mais o telespectador?
Carlos Nascimento: As Redes sempre serão mais importantes pela abrangência, pelo número de afiliadas, pela força publicitária, pela cobertura em todo o País e pelo tamanho do público. Mas as iniciativas de Telejornalismo regional são muito bem-vindas e, dependendo da situação, nelas está o futuro da informação na tevê.

SBTpedia: No primeiro semestre de 2011, você comandou duas coberturas importantes ao vivo do SBT: a primeira do terremoto e tsunami no Japão (ao lado de Karyn Bravo) e a outra do casamento real na Inglaterra (com Analice Nicolau). Considera que o improviso e lidar com o inesperado é essencial para uma transmissão ao vivo para um jornalista?
Carlos Nascimento: As coberturas ao vivo fazem parte do Telejornalismo há muito tempo. O que mudou é que as tevês passaram a fazer isso com mais frequência para atender ao público. Se uma não fizer, as pessoas assistem na outra. E tem também a Internet que é bastante rápida e compete com a televisão. Por isso é preciso estar sempre preparado.

Comentário de Nascimento no Jornal do SBT sobre a volta de Luíza do Canadá repercutiu nas redes sociais

SBTpedia: Em maio de 2011, o SBT resolveu optar pela dupla Joseval Peixoto e Rachel Sheherazade no comando do SBT Brasil. Muito se falou que isso teria criado uma indisposição entre você e a emissora. O que de fato ocorreu nessa época?
Carlos Nascimento: Eu nunca tive indisposição com nenhuma emissora ou colega de trabalho. Muito menos no SBT onde o ambiente profissional é muito bom. A emissora escolhe quem quiser para apresentar os programas. A mim, como contratado, cabe fazer o melhor, independentemente do horário, do dia ou do produto que será exibido.

Diretamente das Malvinas, Carlos Nascimento fez reportagens sobre 30 anos da guerra na ilha em 2012

SBTpedia: No início de 2012 você teve a oportunidade de realizar reportagens nas Ilhas Malvinas, pelo “aniversário” de 30 anos da Guerra naquela ilha. As matérias gravadas por lá foram ao ar no Jornal do SBT, SBT Brasil e no SBT Repórter. Sente vontade de voltar a explorar mais seu lado repórter de rua ou de grandes coberturas, como foi no início de carreira?
Carlos Nascimento: Como eu disse na outra pergunta, lá atrás, a reportagem é a essência do Telejornalismo. É a oportunidade de se conhecer as pessoas, os lugares, os sistemas políticos e econômicos e as características de cada país, cada povo, cada cultura. Havendo oportunidade é sempre bom.

Participação ao vivo de Hebe Camargo em "O Maior Brasileiro de Todos os Tempos", com Carlos Nascimento

SBTpedia: Recentemente, você teve a oportunidade de apresentar no SBT um formato totalmente diferenciado na sua carreira, que foi “O Maior Brasileiro de Todos os Tempos”. Conte-nos um pouco desse trabalho e como foi o convite para participar dessa atração. Como foi fazer a última entrevista de Hebe Camargo no programa?
Carlos Nascimento: O Maior Brasileiro foi uma oportunidade que recebi no SBT de, pela primeira vez, apresentar um programa no palco, com platéia, ao vivo e num estilo que misturou Jornalismo com entretenimento. Claro que para um jornalista não é tão simples, mas com a ajuda da equipe do programa, a começar do diretor, Michael Utskin, foi possível enfrentar o desafio e vencer. Quanto à Hebe, foi uma coincidência que me deixou muito feliz pela oportunidade de falar com ela, mas, ao mesmo tempo, triste porque foi a última vez.

SBTpedia: Depois de um período de mudanças constantes no jornalismo, Marcelo Parada completa agora em março 1 ano na direção. Você teve contato com ele na Band e agora no SBT. Como é sua relação e como avalia o trabalho até aqui dele no setor de jornalismo na emissora?
Carlos Nascimento: Eu conheço e admiro o trabalho do Marcelo Parada desde muito tempo, ainda quando era diretor de Jornalismo da Rádio Eldorado e depois da Bandeirantes. É um profissional competente, um diretor talentoso e um bom amigo. Está fazendo um bom trabalho no SBT e é muito querido por todos.

SBTpedia: Você costuma destacar em muitas entrevistas que uma das principais qualidades do jornalismo do SBT é a questão da liberdade editorial. Após 7 anos de casa, como você vê o jornalismo do SBT perante outras emissoras e quais qualidades você mais destaca?
Carlos Nascimento: Não se trata de comparar com outras emissoras porque, a bem da verdade, nunca tive problemas mais sérios com liberdade editorial nos lugares em que trabalhei. Mas devo dizer que no SBT as condições para se fazer um Jornalismo livre e independente são excepcionais.

Nascimento entrevista o então presidente do Senado, José Sarney, para o Jornal do SBT (2009)

SBTpedia: Alguns telespectadores do Jornal do SBT-Noite reclamam que algumas reportagens já foram apresentadas nos telejornais anteriores do canal. Você enxerga isso como um problema a ser solucionado?

Carlos Nascimento: A equipe do Jornal do SBT, eu à frente, faz das tripas coração, todas as noites, para apresentar o máximo de reportagens novas, notícias da hora e produzir material exclusivo. Daquilo que o público já viu procuramos apresentar apenas as reportagens relevantes. Mas, como o Jornalismo do SBT é muito antenado, tem muito material bom que aproveitamos pela atualidade, qualidade e oportunidade. Não devemos repetir, mas também não podemos sonegar informações. Já chegamos a fazer o Jornal do SBT quase que inteiramente novo, sem repetir nada.
SBTpedia: A audiência dos telejornais das emissoras em geral não são tão altos como antigamente. Acredita que o público está se informando menos ou apenas está migrando para outros veículos de comunicação?
Carlos Nascimento: O Brasil mudou, o mundo mundou, a televisão mudou e as pessoas mudaram. A TV aberta brasileira nasceu e cresceu no centro não somente da sala, mas da vida das pessoas. Agora é diferente. Além de Internet, tv a cabo, cd's, dvd's, satélite, facebook, twitter e uma infinidade de outros meios de se receber imagem, som e programas, as pessoas saem muito mais de casa. Muita gente trabalha até mais tarde, estuda à noite e demora-se mais a voltar quando sai do escritório. Com isso tudo a TV perdeu audiência, mas é normal.

SBTpedia: Como é a sua relação com a Karyn Bravo?
Carlos Nascimento: Eu me dou muito bem com todas as minhas colegas e meus colegas de trabalho quer seja na apresentação de telejornais, na redação, na técnica ou na reportagem. Gosto de todos, admiro a todos e torço para que tenham sempre muito sucesso na carreira.

SBTpedia: A direção do SBT definiu que no próximo dia 18 estreia as novidades do jornalismo do SBT, incluindo novos cenários. O que você achou das mudanças? Pode adiantar algo?
Carlos Nascimento: É melhor que o próprio SBT apresente aquilo que preparou com muito carinho, capricho e competência. O que posso assegurar é que se trata de cenários modernos, bonitos, vistosos e que darão um suporte ainda melhor aos telejornais. A qualidade cênica do SBT é muito boa, é uma emissora craque em imagem.

A entrevista foi realizada e produzida por Pedro Nascimento (@pedromnasciment) e José Eustáquio Júnior (@juniorpitangui). Agradecemos ao jornalista Carlos Nascimento pela oportunidade de entrevistá-lo para o SBTpedia.

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